Um sistema de monitoramento remoto, que utiliza um radar acoplado em um avião, está sendo usado pela Santo Antônio Energia para detectar alterações na área de influência do reservatório da hidrelétrica e nas regiões dos sete reassentamentos construídos pela concessionária. A Santo Antônio é a primeira hidrelétrica do mundo a usar um radar aerotransportado para este tipo de ação que identifica desmatamentos na Área de Preservação Permanente, invasão de terras e queimadas.
O uso do radar garante o monitoramento de áreas inacessíveis nas vistorias terrestres e fluviais, incluindo o terreno sob a floresta, permite maior rapidez e confiabilidade nas informações e, consequentemente, aumenta a capacidade de ação preventiva e corretiva, diminuindo os riscos ao patrimônio. Desde que o equipamento começou a ser usado, aliado ao esforço de campo, as tentativas de invasão na área do reservatório foram contidas e não se consolidaram. “As ocupações irregulares podem acabar se tornando pontos de atividades ilegais como desmatamento e pesca predatória. Em alguns casos, nem precisamos acionar os órgãos competentes porque os autores da ocupação irregular reconhecem a situação apresentada pelo monitoramento e acabam fazendo uma desocupação amigável”, explica o engenheiro florestal e analista Socioambiental da Santo Antônio Energia, Felipe Scalia.
O monitoramento via radar acontece uma vez por mês, em uma região de 2800 quilômetros quadrados que é sobrevoada em cinco horas, mesmo em tempo chuvoso ou com nuvens. O trabalho é feito pela Bradar, empresa do grupo Embraer Defesa & Segurança.
Reconhecimento e premiação
A metodologia do uso do radar na Hidrelétrica Santo Antônio foi premiada no XVII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto que ocorreu no final de abril em João Pessoa, PB. O trabalho foi um dos três premiados na categoria Artigos em Sessão Técnica Oral, concorrendo com quase mil projetos de todo o Brasil e de 25 países. As ações serão apresentadas ainda neste ano em eventos similares nos Estados Unidos, França e Itália.